24/05/2022
Em discurso impecável, que começou em favelês e terminou em inglês, o empreendedor social destacou que está representando cerca de 17,1 milhões de pessoas que moram nas favelas de todo o Brasil
Celso Athayde, fundador da Central Única das Favelas (CUFA) e CEO da Favela Holding, recebeu o prêmio do Fórum Econômico Mundial 2022 como Empreendedor de Impacto e Inovação, na cidade suíça de Davos, na tarde desta segunda-feira (horário de Brasília), dia 23 de maio. A honraria é oferecida pela Fundação Schwab.
Após dois anos, o evento retornou ao modelo presencial entre os dias 22 e 26 de maio, sob o lema "Trabalhar juntos, Restaurar a Confiança", reunindo empresários sociais e líderes internacionais.
Em seu discurso, que começou em “favelês” e terminou em inglês, Celso falou da sua infância difícil e exaltou a potência da favela, que ali estava representada no garoto que aos seis anos de idade morava na rua, mudou de vida através do empreendedorismo, e hoje está discursando no Fórum Econômico Mundial. Sem deixar de frisar que estava representando os 17 milhões de moradores de favela do Brasil, e toda a riqueza que eles produzem.
“As favelas são territórios cheios de resiliência e alegria. Favela não é espaço de carência, mas de potência e confiança. Juntos criamos a maior organização que representa favelas do país – CUFA. Criamos também a Favela Holding, um conjunto de 24 empresas sociais”, disse Celso Athayde, ao receber o prêmio do Fórum.
Entre as suas agendas na Suíça, Celso tem falado sobre o Quarto Setor da economia. Ideia que vem para consolidar a economia da favela, refazendo o uso do lucro para impactar na base da pirâmide, que pauta o terceiro setor. Sem deixar de lado a capacidade de inovar, sua dinâmica cultural e seu potencial empreendedor, que esses territórios possuem e que muitas vezes não são percebidos nem por empresas, nem organizações e nem governos.
Celso fez questão de chamar atenção para a necessidade de se olhar e, sobretudo, se incentivar o empreendedorismo nas favelas, por tudo que os seus moradores, empreendedores natos, de acordo com Athayde, são capazes de gerar e produzir para a sociedade.
“O avanço do empreendedorismo nas favelas é urgente, não apenas no Brasil. O mundo precisa escolher. Ou dividimos com as favelas as riquezas que elas produzem, ou continuaremos dividindo as consequências da exclusão social que a elite mundial continua produzindo”, salientou Celso Athayde.
Celso foi reconhecido e premiado na categoria “15 líderes que estão mudando o mundo”, por sua atuação na CUFA há mais de 25 anos, promovendo o empreendedorismo nas favelas e o apoio aos moradores dessas localidades durante a pandemia. O empreendedor social planejou e executou projetos para amenizar os efeitos do isolamento social nas favelas e periferias de todo o Brasil, impactando mais de 15 milhões de pessoas, por meio das iniciativas CUFA Contra o Vírus - que distribuiu cestas básicas para os moradores -, e a ação Mães da Favela, com a distribuição de bolsa auxílio para mães solo moradoras de favelas.
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